- ENTREVISTA COM DR. RICARDO CÉSAR FERNANDES PINTO -
DELEGADO DE POLÍCIA
Dr. Ricardo: Sou Delegado há 22 anos.
Esp@ço Falcão: Por quais Delegacias do Estado o senhor já atuou?
Dr. Ricardo: Atuei na 74ª DP, 76ª DP, 09ª DP, 37ª DP, 25ª DP, 78ª DP, 77ª DP e 81ª DP.
Esp@ço Falcão: Em que ano o senhor assumiu a titularidade da 152ª DP e que balanço faz do seu trabalho desde que assumiu a Delegacia de Duas Barras?
Dr. Ricardo: Assumi esta unidade no ano de 2003 e até então o saldo tem sido positivo, bastante satisfatório.
Esp@ço Falcão: Quais as maiores dificuldades que o senhor enfrenta na 152ª DP? O quantitativo de policiais e viaturas que o senhor dispõe é suficiente em sua unidade?
Dr. Ricardo: Temos um quantitativo de viaturas suficiente na delegacia, porém nos falta mais policiais. Esta é a dificuldade que enfrento: a falta de servidores.
Esp@ço Falcão: O que o senhor tem a dizer de sua equipe de trabalho?
Dr. Ricardo: São bons profissionais, porém alguns necessitam de um maior estímulo, uma maior motivação.
Esp@ço Falcão: Diversas operações são realizadas pelos seus agentes, todas com sucesso. A que o senhor atribui esta positividade?
Dr. Ricardo: Ao conhecimento do território que atuam e empenho de nossa equipe.
Esp@ço Falcão: Com a estrutura que dispõe hoje as Delegacias Legais do Estado do Rio de Janeiro, em especial Duas Barras, o senhor acha que a população se sente mais segura?
Dr. Ricardo: Sim, porque o sentimento de segurança vai muito além da questão policial.
Esp@ço Falcão: O senhor acredita que a repressão aos criminosos na capital faz com que eles migrem para o interior?
Dr. Ricardo: Não, porque são especificidades diferentes.
Esp@ço Falcão: Qual o grande problema da segurança, hoje, no Rio de Janeiro?
Dr. Ricardo: A manutenção dos territórios conquistados.
Esp@ço Falcão: Quanto o senhor acha que seria necessário de investimento anual na Segurança Pública do Estado para um bom trabalho das Polícias Civil e Militar?
Dr. Ricardo: Não posso precisar o quanto pois não disponho de dados para tal.
Esp@ço Falcão: O senhor é a favor da unificação das Polícias Civil e Militar? Por quê?
Dr. Ricardo: Sim. Porque as ações seriam mais ofensivas. Teríamos dois segmentos: um uniformizado atuando na prevenção e outro atuando na investigação, ambos geridos pela Autoridade Policial.
Esp@ço Falcão: Em 2010, quando a polícia fez a retomada do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, a população voltou a acreditar na efetividade policial. Porém, estamos vendo, constantemente, o envolvimento de policiais com a milícia, tráfico e afins. Como acabar com esses “maus” policiais?
Dr. Ricardo: Colocando os bons em seu lugar, valorizando o trabalho policial em sua totalidade.
Esp@ço Falcão: Como o senhor avalia o trabalho da Chefe de Polícia, Dra. Martha Rocha?
Dr. Ricardo: Excelente.
Esp@ço Falcão: Muitos de nossos jovens e adolescentes sonham e vão para a cidade grande em busca de trabalho e qualificação profissional e muitas vezes, acabam se envolvendo com as drogas e a criminalidade. Que recado o senhor daria para esses jovens?
Dr. Ricardo: Tenham um objetivo claro para a sua vida inteira. A droga é o sonho químico. O sonho / aspiração deve guardar relação com a realidade.
Esp@ço Falcão: Finalizando, que mensagem o senhor deixa para o povo de Duas Barras?
Dr. Ricardo: Cuidem de sua cidade, dando o exemplo. Exijam seus direitos, mas antes cumpras suas obrigações, especialmente com seus filhos.
Sejam felizes! A felicidade é um arado, um sentimento e não apenas conquistas materiais. Que Deus os abençoe!!!
Dr. Ricardo e alunos da Escola Municipal Ex-Combatente Amancio Pinto - palestra sobre drogas
(Foto: Paulo Toscano)
(Foto: Paulo Toscano)
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- ENTREVISTA COM PADRE JORGE GETÚLIO MOREIRA -Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Duas Barras, RJ
Esp@ço Falcão: Há quanto tempo o senhor é Sacerdote e quando surgiu o desejo, a vocação de ser Padre?
Pe. Jorge Getúlio: Eu fui ordenado Sacerdote no dia 14 de maio de 1994 e tenho 17 anos de Sacerdócio. O meu desejo de se tornar Sacerdote veio aos 7 anos de idade, quando fiz minha Primeira Comunhão. Depois comecei ser acompanhado pelo meu Pároco da minha Paróquia, na Catequese e também pela minha família no incentivo e, aos 15 anos, fui para o Seminário.
Esp@ço Falcão: Por quantas Paróquias o senhor já passou desde sua Ordenação?
Pe. Jorge Getúlio: A minha primeira Paróquia foi como Diácono e foi a Paróquia de Nossa Senhora da Glória, em Macaé. Eu fui Diácono Regente de janeiro a maio de 1994 e logo após me tornei o primeiro Administrador Paroquial daquela Paróquia. Em outubro eu saí e assumi a Paróquia de Glicério (Paróquia Nossa Senhora das Neves), também em Macaé. Por lá, fiquei quatro anos e depois fui transferido para a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo.
Esp@ço Falcão: A Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, em Carmo-RJ, foi a comunidade que o senhor passou mais tempo. Como está sendo essa mudança para Duas Barras?
Pe. Jorge Getúlio: A mudança está sendo boa, porque cheguei a conclusão de que um Pároco não deve ficar muitos anos numa Paróquia, porque ela (Paróquia) acaba se acomodando e pode acomodar os fiéis. Eu dei o máximo de mim lá no Carmo, nas Pastorais, na Paróquia, e estou sendo muito feliz também aqui em Duas Barras, estou conhecendo a dimensão nova de ser Igreja, com um olhar diferente, com rosto diferente, mas com a mesma meta que é buscar Jesus Cristo, principalmente nas pessoas mais simples.
Esp@ço Falcão: E como foi o convite para assumir a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição? Como está sendo essa adaptação a nova realidade? Existia interesse, no momento, em deixar o Carmo?
Pe. Jorge Getúlio: No momento eu relutei em deixar a Paróquia por causa das obras que estava fazendo, dos trabalhos pastorais, mas depois fiz uma análise, pensei bem e resolvi repensar sobre minha vocação, onde o Padre assumi uma missão de servir o povo de Deus numa determinada Paróquia. Então estou assumindo com muita alegria a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, assumindo esta missão que é nova, uma nova realidade e já estou me adaptando. Aqui o povo é muito acolhedor e eu percebo que é um povo muito religioso.
Esp@ço Falcão: O senhor deixa sua família. Como está sendo esta lacuna em relação aos familiares?
Pe. Jorge Getúlio: Olha, a minha família... Bem, eu nasci em Senhora dos Remédios, Minas Gerais. Meus pais ficaram comigo em Carmo por um ano e meio, ficaram na casa paroquial devido a saúde de meu pai e também da minha mãe. Mas eles estão bem agora, estão morando na residência deles no Carmo, residência da família, onde acompanho de perto, por telefone, visitas... Segundo o Evangelho, a gente tem que colocar Jesus acima da família, é muito importante. Mas claro, não deixando de atenção também aos seus. Eu sou muito família, tenho dois irmãos que moram em Carmo e ficam lá nos finais de semana e uma irmã que mora em Macaé. Quanto a nossa terra natal, Remédios, sempre que podemos, vamos fazer uma visita e descansar um pouco lá, em nosso sítio.
Esp@ço Falcão: Padre Wander, em seus oito anos de comunidade, tinha como meta a reforma da Igreja Matriz. O senhor prentende dar continuidade a reforma do templo? De que forma?
Pe. Jorge Getúlio: Claro que eu vou dar continuidade à reforma da Igreja, vou seguir as metas que o Padre Wander deixou. Como pretendo dar continuidade, eu ainda não sei. Estou buscando respostas. Vamos organizar um Conselho Administrativo, vou contatar a Michelin (empresa de pneus) para ajudar a gente e vou contar também, claro, com a comunidade, sem onerar muito as pessoas, pois a gente vive numa crise financeira muito grande. E a forma? Eu não sei ainda! Estou chegando agora na Paróquia e estou conhecendo. Eu não posso dizer exatamente o que vou fazer. Devemos montar um projeto, claro, e tentar captar recursos para a restauração interna da Igreja. É uma Igreja muito bonita e precisa ser muito bem cuidada. A restauração é demorada e eu pretendo, realmente, dar continuidade a esse trabalho de reforma, mas também muito preocupado em reformar os templos (pessoas - essa parcela do povo de Deus aqui da cidade), com as Pastorais, unidos, celebrando o amor, a caridade que também é muito importante. Como disse Jesus um dia na vocação de Francisco: “Reconstrói minha Igreja”. E eu venho também com este propósito.
Esp@ço Falcão: O senhor cita as Pastorais. E em relação as Pastorais, existe algum projeto para Duas Barras, de reativação, de continuidade? Que projetos o senhor tem em relação as Pastorais, na Paróquia?
Pe. Jorge Getúlio: Eu pretendo continuar animando as Pastorais que existem e claro, criar novas Pastorais, necessárias para a Igreja, como por exemplo: a equipe do Dízimo, da Acolhida, a Pastoral Lutando pela Vida que a Pastoral da AIDS, a Pastoral as Exéquias e também organizar um Curso de Liturgia para dar formação para as pessoas. É o que estou pensando.
Esp@ço Falcão: E quanto aos movimentos da Igreja? Hoje nós temos a Caminhada de Emaús, RCC. O senhor é aberto a essas manifestações de Fé? Como é a relação do Padre Jorge Getúlio com esses movimentos na comunidade?
Pe. Jorge Getúlio: Olha, eu tento acolher a todos na comunidade, afinal eu sou Pastor e o pastor tem que dar a vida pelas ovelhas. É muito importante a gente pensar que o Padre não deve estar envolvido com nenhum movimento, mas ele deve animar os movimentos da Igreja. Claro que eu tenho uma abertura muito grande para acolher a Caminhada de Emaús, a RCC e qualquer outra manifestação de Fé na comunidade, pois eu devo ser um animador, um incentivador da caminhada, dos movimentos, das pastorais. O Espírito Santo, Ele sopra onde quer e eu estou muito aberto a essa ação do Espírito Santo na minha vida, na vida da comunidade, dos movimentos e das pastorais também.
Esp@ço Falcão: E como é o relacionamento do Padre Jorge Getúlio com as demais denominações religiosas de um município?